quinta-feira, 21 de maio de 2009

Açúcar para bebês - cuidados



Razões para evitar uso de açúcares no primeiro ano de vida: uma visão relacionada a amamentação

Para bebês principalmente no primeiro ano de vida é desaconselhado o uso de qualquer tipo de açúcar.

A amamentação continua acompanhando os bebês após o sexto mês.

O bebê necessita de uma grande quantidade de macro e micronutrientes (macro = proteínas, carboidratos, lipídeos/ micro= vitaminas, minerais) e até o 6°mês o leite materno supre todas as suas necessidades. Caso haja oferta de açúcar neste período o bebê, além do risco aumentado de cáries (pois provoca na boca a presença de um excesso de açúcares de moléculas pequenas, favorecendo a proliferação de bactérias e a formação de cáries e inflamação nas gengivas), poderá ter maiores episódios de cólicas com excesso de gases, diarréias e diminuição no consumo do leite materno que forneceria os nutrientes necessários.

A criança deixará de aproveitar alguns nutrientes presentes no leite, pois a presença de outro alimento diminuirá a absorção do ferro (podendo desencadear anemia),o paladar extremamente "doce" deixará o bebê confuso, pois o leite materno tem a capacidade de oferecer vários sabores a criança, acostumando-a antecipadamente a aceitar os alimentos complementares e de sabor tão acentuado.

A criança pode ficar irritada e dispersiva, porque além de provocar maior concentração de insulina no sangue, também aumenta a quantidade de adrenalina e esse hormônio, em excesso, pode provocar ansiedade e excitação.

A criança possui um mecanismo de auto-regulação do consumo calórico, então quando recebe adição de açúcares em seu alimento, seu organismo interpreta que a quantidade energética ingerida é suficiente (pois a regulação funciona somente em termos calóricos – quantidade/ e não para qualidade), diminuindo assim seu consumo de alimentos saudáveis e ricos em nutrientes.
 
Quando a criança recebe desde cedo alimentos adocicados, passa a ter um paladar diferenciado, não conhece o sabor verdadeiro dos alimentos e terá sempre a tendência a consumir alimentos altamente energéticos, por já ter sido acostumada assim, pois o paladar se aprende, os bons hábitos alimentares devem ser passados a criança desde cedo, para evitar problemas futuros.

Os carboidratos são compostos orgânicos formados por unidades denominadas sacarídeos. São classificados em: monossacarídeos (glicose, frutose, galactose), dissacarídeos (sacarose, maltose, lactose) e polissacarídeos (amido, dextrina, glicogênio, celulose).

Açúcar é o termo empregado para designar os carboidratos mais simples (monossacarídeos e dissacarídeos) e solúveis em água.

O açúcar mais empregado na alimentação é a sacarose(açúcar refinado), dissacarídeo formado por glicose e frutose, encontrada principalmente na cana-de-açúcar e beterraba. Além deste tem ainda o açúcar mascavo, mel, melaço de cana, xarope de milho (Karo – glucose de milho), entre tantos outros.

Os açúcares não-refinados são importantes na alimentação, fazem parte da dieta habitual e são encontrados, por exemplo: no leite (lactose) e nas frutas (frutose e sacarose). Pelo processo digestivo são desdobrados em açúcares mais simples. Por exemplo, a lactose é desdobrada em glicose + galactose e a sacarose em glicose + frutose. O amido das farinhas de cereais e dos tubérculos (como a batata) e raízes (como a mandioca) também são desdobrados no intestino em moléculas de glicose. O amido, na verdade, é uma longa cadeia de moléculas de açúcar (de glicose).
 
A utilização moderada de açúcares simples na alimentação de adultos e crianças não gera prejuízo, principalmente se for consumido junto com alimentos complexos. O problema está no uso exagerado, pois poderá trazer descompensação da glicemia, com abruptos picos de requerimento de insulina sobrecarregando o pâncreas para liberar insulina rapidamente, "limpando" o excesso de glicose do sangue, gerando em seguida um quadro de hipoglicêmia. Alem disso, como açúcares refinados fornecem calorias sem nutrientes e ainda tem absorção rápida, são utilizado para gerar energia de uso imediato, deixando assim de ser utilizada a energia que temos reservada em células de gorduras. Somando-se a isto, se o consumo for além das necessidades diárias é ainda armazenado resulta em excesso de peso.

Estes aspectos citados incluem não somente o uso do açúcar refinado na alimentação da criança, mas também mel, glucose de milho (como Karo, que possuem conservantes e corantes o que faz os produtos menos aconselhaveis ainda) e funchicória (que tem açúcar para despertar o interesse do bebê), entre outros.

Quanto a utilização do mel e também da glucose de milho (Karo), ainda tem o agravante de poder estar contaminado com esporos do Clostridium Botulinum, que pode provocar o botulismo no bebê, podendo ser fatal.

Autoria: Catia Medeiros, nutricionista e mãe de 3 filhas.

Postado por JOSIANE SOUZA - 21/05/2009 em G1F - orkut